Além da campanha do governo de Eduardo Leite (PSDB), movimentos e organizações sociais se mobilizam para minimizar os impactos humanitários
O número de mortos chegou a 113 nas enchentes do Rio Grande do Sul, segundo boletim da Defesa Civil publicado na manhã desta sexta-feira (10). O governo gaúcho tenta medidas econômicas e humanitárias para lidar com os efeitos da catástrofe climática – entre elas, a divulgação de um pix para doações -, mas o governo não age sozinho: movimentos e organizações sociais têm se mobilizado com muito empenho para ajudar o povo gaúcho.
Os dados da tragédia, confirmados pela Defesa Civil, alarmam cada vez mais a situação: são 113 mortos, 146 desaparecidos, 756 feridos, mais de 337 mil pessoas desalojadas e outras 69 mil acolhidas em abrigo. Ao todo, 435 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas chuvas, e cerca de 100 mil casas foram destruídas ou danificadas. Esta é a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul.
Governador eleito em 2018 e reeleito em 2022, o mandato de Eduardo Leite (PSDB) é marcado por conflitos diretos com a defesa do meio ambiente. Em 2019, seu primeiro ano de mandato, Leite atropelou o Código Ambiental do Rio Grande do Sul – um dos mais antigos e bem sucedidos do país -, limando ou alterando 480 normas da lei ambiental do estado para facilitação da exploração de áreas de reserva ambiental permanente pelo agronegócio, entre outros fins. À época, entidades ambientais e a própria PGR ressaltaram a inconstitucionalidade do projeto, mas ele foi aprovado.
No cenário gaúcho atual, mais de 884 mil pessoas estão sem acesso à água – apenas em Porto Alegre, 85% da população. Em paralelo a isso, o governo Eduardo Leite também é responsável pela privatização da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) em 2021, vendida por 3 bilhões de reais abaixo do seu valor de mercado; o processo desencadeou o corte de 2.200 funcionários – 40% do efetivo da empresa -, e portanto a redução da capacidade de reação imediata a situações emergenciais.
Em meio à catástrofe, surge a campanha “Só o povo salva o povo”, alavancada pelo PCB-RR, que reivindica apoio aos movimentos sociais que mobilizam suas forças em auxílio ao povo gaúcho. Entre eles, o MST mobiliza a Campanha de Solidariedade Sem Terra ao Rio Grande do Sul, que consiste em doação via pix, de roupas e agasalhos, envio ao Rio Grande do Sul de dezenas de médicos ligados ao movimento e estruturas de saúde, distribuição de 30 mil marmitas ao povo gaúcho, etc.
Além do MST, inúmeros outros movimentos promoveram mobilizações:
- Cozinha Solidária,
- Associação Nacional dos Atingidos por Barragens (ANAB) – PIX CNPJ: 73.316.457/0001-83,
- Movimento de Lutas nos Bairros (MLB) – PIX: pixdomlb@gmail.com e doação de alimentos e roupas,
- Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD) – PIX CNPJ: 54.465.282/0001-21,
- Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) – PIX CNPJ: 21.860.239/0001-01,
- Rede EMANCIPA (Movimento Social de Educação Popular) – PIX: (51) 99519-6312,
- Rodando Pela Vida e Whindersson Nunes – PIX: contato@rodandopelavida.com.br,
- Coletivo Alicerce – pix: PIXDCEUFRGS@GMAIL.COM,
- Partido Comunista Brasileiro – Reconstrução Revolucionária (PCB-RR) – PIX: solidariedaderrrs@gmail.com e doações gerais em pontos de coleta,
- Etc.
Autor(es)
Cursa jornalismo na FAPCOM (SP) pelo ProUni e trabalha na área de comunicação desde 2019, se move em prol da luta socialista. Gabriel também é escritor de microcontos no projeto Minimacontos e de contos fantásticos no projeto Universo Expandido Odyssey - Experiência Odyssey. Também tem trabalhos musicais lançados no YouTube, Spotify Deezer e todas as plataformas - nos gêneros de Novo MPB e Rap, uma de suas fontes de consciência de classe mais longevas. Estudante de escola pública por toda a vida e morador da Zona Norte da capital paulista, Gabriel vê a comunicação como uma ferramenta de luta política e social, e então surge a Revista Relativa - uma revista digital e socialista. F.S é de Ferreira da Silva.