Manifesto Relativa

A Relativa pode ser sintetizada ao estudo/constatação de algo: o aspecto relativo das coisas.

O aspecto relativo das coisas a partir da coletividade e colaboração; interação humana, que é o cerne desse projeto. A partir, então, da subjetividade dos envolvidos, tomamos em comunhão a compreensão acerca do aspecto relativo das coisas; enfim, da Relativa. Mantemos, no entanto, o nosso compromisso social irrestrito, nos dispondo à concepção materialista dialética; ao socialismo contra o posto conservador (conservadorismo) – porque esse conservadorismo se substancia, acima de tudo, de ódio. É nutrido pelo sentimento favorável em conservar a compreensão humana ocidental, e, portanto, grega; portanto, europeia; portanto, sacerdotal; portanto, branca; portanto, patriarcal; portanto, por fim, superficial e falsamente humana, semeadora de mazelas sociais que ferem, diluem, destroem e matam seres. Conservar integridades que não passam, simplesmente, de ficções odiosas contra o outro. Para além das posições ideológicas pós-modernas, relativizar concepções através da coerência, mas não tendo esta (a coerência) como o principal fim, sendo esse visado profunda e relativamente como o conhecer. O captar externo. Dialogar e comunicar com espaços físicos e astrais; materiais e imateriais. Aí está, portanto, o aspecto relativo das coisas: na diluição das certezas limitadoras e ofensivas que nos foram passadas como formas íntegras e absolutas de se pensar e viver.

Uma outra perspectiva a partir desta máxima – o aspecto relativo das coisas – diz respeito, não somente às relações humanas envolvidas na produção, mas também às relações pós-produtivas das ideias que foram produzidas. É preciso relacionar aspectos; elementos; conceitos para compreendê-los. As coisas são, de fato, em relação às outras coisas. A relação, num plano diverso e plural, como o que é e o que reivindicamos, é o elo de existência entre os elementos compositores dessa pluralidade/diversidade. Explorar, portanto, a relação entre as coisas, se faz necessário para compreendê-las – e buscamos, além de outros fins, compreender coisas em conjunto aqui na Relativa. Compreender as coisas de fato não é o nosso maior fim – sendo na verdade esse tal “maior fim” impossibilitado de existir plenamente pelo nosso apreço e compromisso no estudo das relações em si. Sendo assim, parece não existir um maior fim (apenas conceitual, pois existe sim um maior fim social) para a Relativa, senão o meio em si. Talvez sejamos mais chegados aos meios – às relações -, e não aos fins simplistas.

Vale ressaltar que acreditamos, no entanto, em limites a níveis sociológicos que não podem ser ultrapassados. Se buscamos compreender as relações, devemos nos colocar, primeiramente, contra tudo aquilo que afeta a integridade ou ameaça a existência de quaisquer dos agentes projetores dessas relações que tratamos – os seres humanos. Por tal razão é importante nos colocarmos contra fenômenos sociológicos ameaçadores a quaisquer grupos humanos que existem – e, propriamente, pelo simples fato de existirem: o conservadorismo e todas as suas facetas – fundamentalismo religioso, fanatismo às formas (especialmente às que ameaçam o direito de existência), fascinazismo, bolsonarismo, etc.

Portanto, se buscamos fins, são fins sociais – e tais fins certamente se traduzem no conteúdo que produzimos e nos métodos com que produzimos. Cabe a análise da relação entre o que é conceitual e o que é social, que, na verdade, parecem ser indissociáveis – assim como o que é material e imaterial. Precisa haver também certa maturidade no senso para aceitarmos a existência de contradições – como já dito, nosso maior fim não é a coerência, sendo esta sem dúvida uma ferramenta importantíssima para nós. No entanto, não há, socialmente, espaço para contradições rasas; apenas não deve vigorar em soberba a fome máxima por conhecimento, pois isso paradoxalmente significa ignorância. Há uma necessidade da compreensão do ser humano como tal; não mais nem menos. Essa compreensão se serve individualmente e também coletivamente.

Coletivamente, comumente, diversamente, pluralmente, socialmente e relativamente, esta é a Relativa.

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